Na noite fria de sexta-feira, a solidão me envolve e aperta o coração,
Sem a filha querida, nem familiares ou amigos na habitação.
O pomar que existe em casa agora parece mais vazio e sombrio,
As árvores balançam tristes, ecoando um silêncio tardio.
Os cachorros, normalmente alegres, também parecem sentir o peso,
A ausência dela ressoa, tornando tudo mais denso e lento.
A lua brilha lá no alto, mas sua luz não consegue aquecer,
A imensidão do vazio que em minha alma parece crescer.
Na sombra das árvores, sento-me solitário, mergulhado em saudade,
Recordando os momentos vividos, num mar de nostalgia e ansiedade.
O silêncio é quase ensurdecedor,
e as folhas caídas no chão,
São como vestígios do passado, uma trilha de lembranças em vão.
Enquanto a noite avança, a sensação de isolamento persiste,
E mesmo as estrelas lá no céu, parecem distantes, longe de onde eu existo.
A solidão é minha companheira nessa jornada noturna e fria,
E na ausência dela, sinto que um pedaço de mim se desfaz a cada dia.
As palavras dos poetas, antes tão acolhedoras, agora ecoam de forma triste,
E na serenidade desta noite, a solidão é o único abrigo que insiste.
O vazio se perpetua, mas o poema ainda assim, é uma forma de expressão,
Uma tentativa de encontrar algum conforto, em meio à dor da solidão.
Rodrigo Pires Cardozo
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