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Não é um adeus à tatuagem, é um novo jeito de continuar nela.

  • Foto do escritor: Rodrigo Pires Cardozo
    Rodrigo Pires Cardozo
  • 11 de mai.
  • 3 min de leitura

Depois de tantos anos com estúdio próprio, decidi encerrar esse ciclo. Não foi uma decisão impulsiva, nem tomada na dor — mas sim com consciência, coragem e amor.


O amor por tudo que construí até aqui… e, principalmente, o amor pela minha filha, Alice.


A verdade é que, com a rotina de pai solo, cuidando da casa, dos pets, da escola, da lição, das refeições e de todo o resto, eu já não conseguia mais tatuar do jeito que sempre fiz.


Para dar conta de tudo com dignidade e presença, reduzi a agenda ao que era possível: 2 atendimentos por semana. E quando percebi que estava pagando aluguel, taxas e custos fixos para usar meu estúdio no máximo 8 dias por mês… entendi que estava na hora de me mover.


Não estou me despedindo da tatuagem.

Eu vou continuar tatuando — agora com uma agenda reduzida, entre 4 a 6 sessões por mês — mas com mais tempo livre para o que é mais precioso pra mim hoje: minha filha e o tempo ao lado dela.


O estúdio foi um sonho que começou lá em 2005, quando vendi minha Honda Biz, fiz um empréstimo sem saber se conseguiria pagar, e mergulhei nesse universo com coragem.


Foram anos de muito esforço, caindo e levantando, construindo uma marca forte, conquistando amigos, eternizando histórias na pele de tanta gente.


Cheguei longe. Tive o maior estúdio da região por muitos anos, conquistei bens, estabilidade, reconhecimento.


Mas a tatuagem me ensinou que o mais valioso mesmo é ver o brilho no olhar de quem confia sua pele à minha arte. Foi por isso que nunca deixei de tatuar com a alma e o coração.

A vida, porém, tem seus próprios planos.

Em 2022, na véspera do meu aniversário, passei por uma reviravolta pessoal que me ensinou muito sobre resiliência, autoconhecimento e reinvenção. E foi a Alice, minha filha, que me devolveu a força de levantar e caminhar de novo, agora com ainda mais propósito.


Enquanto o estúdio foi se tornando inviável, meus outros projetos começaram a florescer.

O @tattooemmogi, que em 2018 foi motivo de chacota pra uns, é hoje a maior vitrine de tatuagem da região e um projeto único no Brasil — conectando tatuadores e clientes, registrando nossa história e valorizando nossa arte.


E mais recentemente, iniciei a @socialtattoomedia — uma agência de marketing digital especializada no nicho da tatuagem, onde posso unir minha experiência de mais de 25 anos com arte, produção cultural, empreendedorismo e comunicação.


Esses projetos não só me mantêm no mercado da tatuagem, como me permitem continuar contribuindo com ele de uma nova forma: mais consciente, mais coletiva e mais estratégica.


Porque a verdade é que o mercado da tatuagem precisa mudar.

Ver o quanto ainda falta senso de comunidade entre os profissionais dói.


O ciclo de guerra de preços só prejudica a todos. Quem cobra barato não lucra, quem cobra o justo também sofre. O problema nunca foi o valor… mas o contexto onde esse valor existe.


Enquanto os tatuadores não agirem de forma coletiva, será o cliente quem dita as regras.

Mas quando a comunidade se une, o cliente entende.


Quando o colega valoriza o outro, o mercado se fortalece. E é esse o legado que quero ajudar a construir daqui pra frente.

Sigo grato a cada pessoa que confiou sua pele, sua história e seu tempo à minha arte.

Sigo comprometido com a tatuagem, mas num novo ritmo, com um novo olhar.


O estúdio físico está se despedindo…

Mas eu não!


Não é um adeus à tatuagem, é um novo jeito de continuar nela.


Com respeito, amor e gratidão,

Rodrigo Tattoo®



 
 
 

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